quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Marcopolo vai reorganizar suas operações no exterior

A Marcopolo, fabricante de carrocerias de ônibus, vai reorganizar o mapa das operações ao redor do mundo em 2010 para fazer frente às diferentes perspectivas pós-crise econômica em cada mercado. Enquanto no Brasil 500 funcionários foram contratados em setembro e outubro para dar conta de uma carteira de pedidos praticamente preenchida até março e na Índia a empresa pode antecipar a ampliação das duas unidades, a fábrica do México será paralisada de janeiro a março e a produção na Rússia, suspensa desde dezembro de 2008, pode ser abandonada definitivamente. Em agosto a unidade de Portugal já havia sido desativada.

A Marcopolo, fabricante de carrocerias de ônibus, vai reorganizar o mapa das operações ao redor do mundo em 2010 para fazer frente às diferentes perspectivas pós-crise econômica em cada mercado. Enquanto no Brasil 500 funcionários foram contratados em setembro e outubro para dar conta de uma carteira de pedidos praticamente preenchida até março e na Índia a empresa pode antecipar a ampliação das duas unidades, a fábrica do México será paralisada de janeiro a março e a produção na Rússia, suspensa desde dezembro de 2008, pode ser abandonada definitivamente. Em agosto a unidade de Portugal já havia sido desativada.

Nas fábricas do Brasil, que sem contar os veículos desmontados para exportação responderam por 68% das 14 mil unidades fabricadas de janeiro a setembro, a produção média diária está em 65 ônibus no quarto trimestre, 30% a mais do que nos três trimestres anteriores, disse o diretor geral José Rubens de la Rosa. Conforme o diretor de relações com investidores, Carlos Zignani, com isso a empresa recompôs o quadro de pessoal pré-crise no país e pela primeira vez desde 2005 não dará férias coletivas no fim do ano.

Na Índia, onde desde 2007 fabrica ônibus urbanos e miniônibus em associação com a Tata Motors, a companhia prevê uma produção de 14 mil unidades em 2010, ante as 6 mil projetadas para 2009. Cada sócio consolida 50% do volume total e o diretor-geral acredita que em " algum momento " do ano que vem a capacidade instalada local de 1,5 mil unidades por mês será preenchida.

Se a previsão se confirmar, a Marcopolo e a Tata Motors devem pelo menos iniciar em 2010 os investimentos para aumentar a capacidade para 25 mil a 30 mil unidades por ano. Os sócios já aplicaram US$ 100 milhões na operação e a ampliação das linhas, originalmente programada para 2012, custará outros US$ 20 milhões.

Atingida com mais força pela crise global, a Rússia segue na contramão da recuperação dos mercados onde a Marcopolo atua e pode passar a ser atendida a partir de fábricas instaladas em outros países, admitiu De la Rosa. De acordo com ele, dentro de 30 a 40 dias a empresa e o sócio local, a Ruspromauto, vão decidir o destino da fábrica inaugurada em outubro de 2007 e paralisada desde dezembro. " Estamos estudando uma nova abordagem para o mercado russo. "

A Marcopolo e a Ruspromauto chegaram a inaugurar duas fábricas no país, que no ano passado produziram apenas 350 unidades, consolidadas meio a meio entre os sócios. Depois da suspensão das operações, uma das unidades, na cidade de Golitsino, região metropolitana de Moscou, foi definitivamente desativada e as linhas de montagem transferidas para Pavlov, a 400 quilômetros da capital, que ficou com capacidade instalada de 1,5 mil a 2 mil unidades por ano. Segundo De la Rosa, o custo de manutenção da fábrica parada chega a US$ 80 mil por mês.

A situação no México também não é das melhores. A fábrica controlada pela Marcopolo no país já reduziu pela metade a produção de janeiro a setembro em comparação com o mesmo período do ano passado, para 1,2 mil unidades, mas as redes de distribuidores de ônibus acumulam estoques de 2 mil a 3 mil veículos, o equivalente a três meses de vendas no mercado mexicano, explicou o diretor-geral. Por causa disso, a unidade vai parar de janeiro a março e o período será contabilizado no banco de horas dos 800 funcionários.

A companhia também mantém operações na Argentina e Colômbia, além da África do Sul, que está com a demanda aquecida por conta da Copa do Mundo. Em 2010 inicia a produção no Egito. Na China, ela tem uma unidade dedicada à fabricação de componentes.
(Sérgio Bueno Valor)

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